Pesquisa personalizada

Como transformar um carro comum em um campeão das pistas: parte 2


A K-PAX Racing está tentando transformar um Volvo C30 de fábrica em um carro de corrida em 60 dias. Nas próximas semanas, o piloto Robb Holland continuará revelando os passos desse projeto. Segunda parte: reduzindo dois carros a milhões de peças.

Sejam bem-vindos novamente. Para quem perdeu o episódio da semana passada aqui vai um breve resumo: competir com Volvos não é maluquice, Volvos ficam ainda melhores com as quatro rodas fora do chão, suecos malucos gostam de correr com peruas, temos os C30s na garagem, ah, e parece que piadas com a Paris Hilton já não colam mais.

Uma das coisas mais legais neste projeto é que nós (K-PAX Racing e 3Zero3 Motorsports) conseguimos dois C30 novinhos em folha com menos de 100 km rodados e pudemos remover tudo até ficar apenas o chassi. Nada de detritos de rua, vazamentos de óleo, apenas o modelo como saiu de fábrica. De certa forma me sinto como uma criança que pegou o relógio ganhado pelo pai no Natal e o desmontou só para ver como funciona, com a diferença que o pessoal aqui é muito melhor na hora de montar as coisas de volta (foi mal pai).

Geralmente, nos lugares onde você vê um carro pelado dessa forma, quem faz o trabalho geralmente está mais preocupado com uma eventual batida policial do que em fazer o serviço direito. Nosso responsável pela tarefa, Teague Oliver, tem outras prioridades.

A principal preocupação quando se desmonta um carro moderno que você precisa remontar depois é que tudo no carro é integrado por um barramento/sistema CAN. Com literalmente milhares de peças minúsculas, há o risco de que, caso suma o parafuso do porta-copo, o carro não dê a partida porque a ECU não quer que o energético espirre no carona. Pode parecer um exagero, mas já vi um carro de corrida que não girava a mais de 3.000 rpm porque não podia saber se o freio de mão estava funcionando!

Assim, Teague e Cia. tinham a ingrata tarefa de não apenas desmontar o carro, como também se certificar que todas as peças que removessem fossem identificadas e catalogadas para que pudéssemos achá-las caso fossem necessárias para o funcionamento do carro. Tudo deve ser meticulosamente identificado e colocado em bandejas de acordo com a forma como saiu do carro.

Por estarmos construindo dois carros simultaneamente, cada peça deve ser identificada ainda conforme o carro de onde saiu para que os rapazes não terminem com peças sobrando em um carro e faltando no outro. Imagine resolver dois quebra-cabeças idênticos simultaneamente e de repente chega alguém e embaralha as peças. Não é algo impossível de resolver, mas um verdadeiro pé no saco, e com 53 dias para o término do prazo é uma dor de cabeça que não queremos arriscar ter.

Ver o primeiro dos dois carros ser desmontado faz você respeitar a forma e cuidado que a Volvo aplica na construção do C30. Apesar de nenhum dos rapazes já ter trabalhado com um C30, o primeiro carro foi desmontado em menos de dois dias e isso incluiu a catalogação de cada peça removida. A expectativa é de que o segundo carro seja desmontado em menos de um dia.

O sinal mais forte, no entanto, é que todos os mecânicos odeiam um projeto ruim e o pessoal aqui não é exceção. Você sabe do que eu estou falando: ter que remover o motor para trocar a vela de ignição, algo ao estilo dos carros britânicos da década de 60. Mas quando chego à garagem depois que terminaram o desmonte, não só reparo que não há reclamações como ouço comentários do quão intuitivo foi trabalhar com o C30. Eles geralmente são bem reservados na hora de fazer comentários então deve ter sido realmente tranquilo.

Agora que os carros estão todos desmontados e temos tudo organizado e catalogado qual o próximo passo? Para a maioria das equipes que competem na categoria Turismo, o próximo passo depois de desmontar o carro é construir a gaiola, mas o pessoal da K-PAX não faz as coisas à moda antiga. Eles investiram em um FaroArm, que é basicamente um dispositivo digital de medição que permite recriar com fidelidade objetos (partes de um carro por exemplo) em um programa CAD como o Solid Works.

Qual a vantagem de recriar algumas peças em um programa CAD em um projeto de carro de turismo que usa peças originais em sua maioria? Bem, ajuda em algumas coisas. Primeiro você recria peças suficientes, continua o trabalho, e de repente tem um C30 completo em CAD!

Isso nos ajuda a medir coisas como ajustes de suspensão, além da direção em diferentes ajustes de distância para o solo, além de projetar nosso sistema de amortecimento com precisão em um curto espaço de tempo assim que tudo for escaneado.

Agora que as coisas vão bem com o primeiro carro e nossos engenheiros têm todos os números de que precisam para ajustar a suspensão posso me divertir um pouco. Na semana que vem, aceleramos o segundo carro para descobrir quão bom é o C30 de fábrica em alta velocidade e termos uma ideia do que é necessário para torná-lo competitivo no campeonato. Fiquem ligados…
Fonte: Jalopnik

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts with Thumbnails